Estava vendo Anos Incriveis na Tv Cultura hoje, série que fez parte da vida daqueles que, como eu, tem 20 e poucos anos... Fórmula consagrada de seriado americano: um personagem com carisma, ele mesmo como narrador fazendo reflexões/análises das situações à medida que a estória se desenrola... Sex and the City, Scrubs e Anos Incríveis, exemplos que vem à cabeça pra esse tipo de seriado!

Caraca, como isso me atrai... Essa análise on-line do que está se passando é um exercício que a anos eu tento fazer, inumeras vezes me deparo tentando analisar um gesto, uma atitude ou até um pensamento (?!?). Meu sonho era ter um "delay" no tempo da minha vida pra poder pensar e analisar cada mísero ato do meu cotidiano, seria perfeito!

Inclusive, se alguém quiser saber como EXATAMENTE a minha mente funciona, é só ver o protagonista do Scrubs, o Dr. JD... Sim, sim, eu tenho aqueles devaneios a todo instante... hahaha Insano? A quase todo instante, uhuhuhu

O episodio que eu acabei de ver do Anos Incriveis foi muito foda, Kevin Arnold não entendia porque Winnie Cooper não queria mais saber dele, porque ela o tratava como parte de um passado que não lhe mais fazia sentido. Pra ele não tinha lógica alguma, eles só haviam crescido! Ela achava aquele namorico, aquela estória, bobeirinha de criança... Acontece um acidente de carro com Winnie enquanto ela passeava com garotos do colegial e Kevin, predestinado, determinado, larga tudo e vai (de bicicleta) ao encontro de Winnie, ela o ignora (mesmo esculhambada) na entrada de casa, mas "ele é americano e não desiste nunca", sobe no telhado e pela janela eles trocam olhares até o momento do ápice onde Kevin sussura: Eu te amo! O narrador conclui dizendo que ele precisava estar ali por ela, pela estória, porque pessoas como Winnie não podem ser jogadas ao léu... Ahhh, ela responde: Eu também...

Óóóóóóó que lindo! hehehe Eu prefiro abstrair a plástica e as forçadas de barra pra me focar nas palavras do narrador: certas pessoas, cuja qualidade é notória e a importância em nossa vida é indiscutível, não podem ser jogadas ao léu... Quantas vezes (em especial na adolescência) a gente não renegou amigos, namoradas e pessoas relevantes só porque naquele momento elas não eram convenientes... Trocamos por uma nova turma de amigos, por outro tipo de baladas, por um nova namorada... Enfim, deixamos mágoas, situações desencontradas, desilusão e até rancor nos casos mais extremos...

Já fiz isso algumas vezes mas também, inúmeras vezes fui a parte que se ferrava nesse tipo de situação, certo? Errado? Vai saber! Deus quisesse que rolasse o "delay" e eu pudesse analisar o que efetivamente estava fazendo antes de fazer! Só sei que nas vezes que fiz, me arrependo! Podia ter sido mais polido, mais humano, pensado mais!!!

Feliz da gente que foi criado vendo Anos Incriveis e Confissões de Adolescente... Saludos!